O nosso tema de hoje é curioso e abrangente, tendo em vista que milhares de pessoas elegeram a corrida como a sua atividade física.
Vamos falar sobre a BIOMECÂNICA DA CORRIDA, ferramenta útil e que assusta alguns corredores, pois eles acreditam ser muito difícil ou até impossível alterar a sua forma de correr.
Pois não é. Pesquisadores da Universidade de Harvard estão publicando artigos mostrando que é possível melhorar a biomecânica de corredores em duas semanas.
Correr com uma boa biomecânica previne problemas, trata as lesões e auxilia na performance.
A ideia não é implicar com detalhes e particularidades da corrida de cada um, e sim melhorar pontos chaves que vão fazer com que o corpo sofra menor sobrecarga, como o impacto, posição na aterrissagem e a postura do joelho.
Então vamos lá:
IMPACTO
O alto impacto na corrida está associado a lesões como dor anterior do joelho, fascite plantar e fratura por stress. Para diminuir o impacto a dica é: “cresça” o corpo para cima, tente diminuir o barulho ao correr e aterrisse o pé próximo ao corpo.
A pesquisadora Irene Davis, de Harvard, publicou um estudo de caso com três pessoas que foram treinadas por duas semanas a correrem aterrissando com o médio pé, padrão de movimento que diminui o impacto. Foram oito sessões onde os participantes, que sofriam de dor anterior no joelho, correram por 30 minutos. Nas primeiras sessões eles usaram uma palmilha que emitia um som todas as vezes que aterrissavam da forma indesejada, com o calcanhar.
Além disso elas receberam as orientações de crescer o corpo e aterrissar suavemente. Nas últimas sessões elas correram sem a palminha, somente seguindo as orientações. Ao final das 2 semanas as corredoras estavam aterrissando com o médio pé e sua dor no joelho havia diminuído. Elas retornaram para um novo teste após um mês onde foi detectado que continuavam correndo com o médio pé e com menor dor. Ou seja, o aprendizado foi efetivo e duradouro.
POSIÇÃO NA ATERRISAGEM
Quanto mais perto do corpo o pé aterrissa na corrida menos o joelho sofre. É uma questão de teoria mecânica, que pode ser vista na prática em corredores profissionais.
Para melhorar essa característica da corrida tente correr sem enxergar muito os seus pés a frente. Correr assim também auxilia na diminuição do impacto.
POSTURA DO JOELHO
O valgo dinâmico, que é uma queda do joelho para dentro, está associado a várias lesões. O mesmo grupo de Harvard mostrou que foi possível melhorar esse desalinhamento de forma similar ao treino de diminuição do impacto, com orientação e biofeedback.
Por duas semanas, um grupo correu enxergando seu movimento através de um programa de computador (recurso conhecido como biofeedback) e recebendo a orientação de fazer força no quadril (onde o músculo que controla o valgo se encontra). Eles conseguiram melhorar o movimento do joelho na corrida mesmo sem o biofeedback das últimas sessões e no teste após 3 meses.
Não importa a idade. O corpo é capaz de aprender a correr melhor e de forma mais saudável. No começo é preciso pensar um pouco e prestar atenção, mas depois o novo movimento fica automático. Procure um educador físico para orientar seu treino e tenha sempre cuidado com a saúde do seu joelho e quadril. Para maiores informações acesse o site :www.institutofuchs.com.br