A cartilagem é um tecido que reveste as articulações, e tem a função básica de absorver e distribuir melhor a carga. Isso ocorre devido a seu alto potencial de deformação plástica e sua composição. A cartilagem é rica em fibras de colágeno tipo II e é dividida em quatro camadas de células, denominadas condrócitos, que vão desde a superfície articular até o osso. O líquido sinovial (fluido articular) atua na articulação como lubrificante, e auxilia na absorção de impacto e nutrição da cartilagem articular.
Quando ocorre uma lesão na cartilagem, acontece a liberação de mediadores inflamatórios dentro da articulação. Com a perda da estrutura da cartilagem, ocorre a distribuição anormal de peso entre os ossos, resultando em deformidades, dor e limitação de movimento, processo também conhecido como osteoartrose. Tanto a resposta inflamatória, quanto as alterações mecânicas da lesão de cartilagem são causas dos sintomas articulares no joelho.
O tratamento da lesão de cartilagem do joelho pode ser conservador ou cirúrgico. Trabalho muscular, condroprotetores por via oral e infiltração de ácido hialurônico são as opções de tratamento conservador. Muitas técnicas cirúrgicas são desenvolvidas para estimular a cicatrização e o reparo da cartilagem articular, como por exemplo a abrasão e as microfraturas – são que “raspagens” ou perfurações múltiplas, que causam um sangramento local e consequentemente o reparo com tecido fibrocartilaginoso (parecido com a cartilagem). O transplante osteocondral, a mosaicoplastia e transplante de condrócitos são técnicas onde é retirado o tecido ostecondral de outra parte do joelho ou de banco de tecidos, e reimplantados na área da lesão. Existem estudos, em desenvolvimento no mundo, de aplicação de células tronco na articulação, na tentativa de regenerar a cartilagem lesada, porém até o momento não existe nenhuma comprovação científica de resultados satisfatórios a longo prazo.